quinta-feira, 25 de novembro de 2004

E vivó folclore!

Merda.

Merda é a palavra (dicionarizada) que tanta gente finge não conhecer e... "vade retro, satanás!" quando a ouve, mas que continua a ter comportamentos da mesma.

Vem isto a propósito do dia de hoje, 25 de Novembro, não sobre história pátria, mas sobre o novo capítulo da Casa Pia. E mais uma vez me apetece dizer e berrar a plenos pulmões "Merdaaaaa!!!!!"

Recomeçou a novela, as televisões continuam na sua épica saga de estupidez, perguntando ao advogado "por que é que se atrasou?, o trânsito em Lisboa é mau?". Cambada de alimárias, só porque um dos advogados de defesa (e que tem isso a ver pró caso?) é alentejano, vá de zurzir no gajo. A "tropa" lá estava toda, às sete da matina, quando o tribunal só abriria às nove e meia. Gentalha houve que alugou a varanda para que lá se postasse a malta da Sic, Tvi e quejandos (venham cá pró meu lado, venham...) e até a populaça, numa de eternizar o momento, lá estava caidinha a tirar fotografias a uma "ramona" que passou, sem que se conseguisse divisar algo lá dentro. Tá boa esta de "deixa lá tirar um retrato à carrinha que trás os tipos que é pra mostrar lá na terra ó meu compadre" . Juro por aquilo que quiserem que mudei de canal para canal de cada vez que começava a notícia do julgamento casa pia, o que escrevi acima foi apenas retirado do que ouvi pela manhã na rádio (excepto a parte do trânsito), mas que acredito piamente ser verdade, ou não fosse eu português. O que a populaça quer não é saber quem são os responsáveis; nem tampouco quantas casas-pia existem neste sítio a que alguns, mais sujeitos a questões de pudor, chamam país. O que a populaça quer é mais uma novela, um puxa-lágrima (já não há o Ponto de Encontro... nem o Perdoa-me...nem o Óleo Nidis Lave, era assim que a Lídia Franco pronunciava ).

Independentemente de saber o veredicto final, nem agora pretendo acusar ou ilibar alguém, gostava de saber se as acusações que se provar não serem verdadeiras (repare-se bem: digo "provar não serem verdadeiras" e não digo " não provar serem verdadeiras") vão ser sujeitas, por sua vez, a processo crime. Já estou a ver que aqueles que pretendem ver sicrano ou beltrano acusado estão a resmoer "estás a defendê-los"; não estou, estou pura e simplesmente a dizer que a acusação gratuíta, do "vai na onda" tem de acabar na porra deste rectângulo à beira-mar plantado. Ou então, merda!

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