segunda-feira, 22 de novembro de 2004

Não leiam isto; é porco... (mas é verdade)

A primeira vez que li a palavra "promiscuidade", teria os meus doze anos, foi num livro do já falecido José Vilhena. E, talvez induzido pelo próprio texto, ou se calhar apenas pela sonoridade do vocábulo, imaginei que "promiscuidade" seria algo como os lavabos de alguns cafés, onde a gente entra rezando para que, por baixo de pedaços de papel higiénico e beatas agarradas à última escarreta, apenas exista aquela camada de água acastanhada misturada com urina, até uma altura padrão (em todos os lavabos do género a altura é sempre a mesma) de um centímetro.

Mas este "post" não é sobre casas de banho públicas, mictórios públidos ou semi-privados, nem sobre "cagatórios", que são sempre "do outro lado do chaparro". Este "post" é sobre algo mais mal cheiroso, milhões de vezes mais fétido, purulento e venenoso que a mais imunda casa de banho do mais asqueroso bordel existente no mais nauseabundo bairro da mais porca cidade deste país entregue aos vermes.

É pura e simplesmente sobre a promiscuidade que grassa entre futebol e governo. É pela vassalagem que se prestam mutuamente. Nem o salazar, fascista descarado e assumido, se dignaria ouvir queixinhas dum clube de futebol sobre a arbitragem. Nunca salazar, ou marcelo, deram "abébias" do género das que estes últimos (des)governos têm vindo a dar. Nunca, apesar do reconhecido favor que os três efes (fado, futebol e fátima) faziam ao fascismo, os ditadores de Portugal se curvaram a um presidente duma assembleia geral (benfica, sporting, ou lá quem fosse) para ouvir as quezílias, as tricas, as rosnadelas entre cães que comem da mesma malga.

Agora, o benfica (como poderia ser outro qualquer) reuniu com o governo para dar umas dicas sobre a legislação desportiva, e focou especialmente a arbitragem. Naquilo que deveria ser assunto discutido entre pares, tem de ser o governo a "meter o bedelho" porque cada um tenta "ladrar mais alto que o outro" e abocanhar o maior pedaço.

Naquilo que deveria ser assunto discutido entre pares, tem de ser o governo a "meter o bedelho" porque a confusão e os jogos de interesses são tão grandes que já ninguém acredita em ninguém.

Naquilo que deveria ser assunto discutido entre pares, tem de ser o governo a "meter o bedelho" porque as estruturas já estão completamente desorganizadas e desacreditadas.

Naquilo que deveria ser assunto discutido entre pares, tem de ser o governo a "meter o bedelho" porque ao governo também interessa a promiscuidade...

E a promiscuidade é simplesmente isso; inúmeros pedaços de papel higiénico usado, boiando numa poça de mijo, à mistura com umas dúzias de beatas, algumas delas agarradas à última escarreta.



(desculpem: se isto vos dá vómitos, imaginem o meu sofrimento a escrevê-lo)

2 comentários:

Anónimo disse...

No enanto, PInto da Costa foi detido, constituido arguido e depois libertado, aínda não se sabem quais as medidas de coação...

Anónimo disse...

Vejamos as coisas sob este prisma: havia três indivíduos intocáveis neste país. Um deles é reizinho territorial, na Madeira; outro é-o a nível de instituição, o futebol. O terceiro, que o era ( e ainda é) no humor da televisão (não estou a falar do sr. 1,2,3) foi ouvido há bastante tempo sobre o caso da Casa Pia, e até hoje está tudo fechado em copas...nada escapou cá pra fora.
Torna-se pois claro, bastante claro, que também o sr. Pinto da Costa "está inocente"!
E a razão é simples: se o sr. da Costa, ou o sr. Jardim decidirem pôr a boca no trombone, muita gente graúda vai dançar ao seu ritmo.