quinta-feira, 20 de abril de 2006

À solta ...


Acabo de ver no telejornal mais uma daquelas que nos deixam a pensar sèriamente se o criminoso é este ou o outro. Um indivíduo que provocara desacatos, e que já estava neutralizado por três elementos da PSP do Porto é agredido por um quarto agente que, sei lá, se deve ter sentido verdadeiramente ameaçado pelo meliante que, como já referi, estava neutralizado por apenas três colegas seus.
Sinceramente penso e aplaudo quando sei dum polícia ou guarda que, perante a ameaça dum indivíduo armado e pouco dado a brincadeiras, puxa da arma e a sabe usar, venham ou não fulanos de microfone em punho com perguntas do género: "Mas você gritou mesmo que disparava se ele não parasse? E quantas vezes?!?" . É que o polícia, o guarda, o agente da judiciária também têm família e, como se costuma dizer, quem o tem tem medo. E vai daí usa a arma dentro dos limites que lhe foram ensinados e recomendados. E quando isso não acontece, quando se quer facilitar e condescender, é quando se arrisca, seja lá em que profissão fôr.
Mas com o que não posso concordar é que um pobre diabo seja tão cobarde que se sinta ameaçado a ponto de agredir um energúmeno armado com as suas próprias mãos e sujeito por apenas três agentes. Será falta de preparação? Será que entrou para a instituição pela porta do cavalo? Ou desiquilíbrio psíquico? É que seja qual fôr a causa, tem tratamento adequado. E deverá ser tanto mais célere quanto mais a própria PSP, e outras forças, se sintam e queiram ser sentidas como da ordem, em vez de refúgio de desordeiros.
As imagens, captadas à socapa no silêncio duma janela por um vídeoamador não deixam qualquer margem para dúvidas, a única dúvida que deixam é se e agressão não foi mesmo efectuada com o cassetete.
Quanto às reacções, o inspector da administração interna garante que se está a proceder a um rigoroso inquérito. Seja-me permitido duvidar dos resultados. Um indivíduo que tem uma arma à cintura e que num caso destes respondeu da maneira referida, como vai responder da próxima, se também não reparar em nenhuma câmara de vídeo? Será que o "rigoroso inquérito" vai mesmo até ao fim e servir de exemplo tanto para os agentes sérios (felizmente a maioria) como para o cidadão comum?
Também parece que o agredido (que acredito houvesse razões para ser detido) não quer apresentar queixa. Terá sido "aconselhado"?

1 comentário:

Anónimo disse...

Estas imagens são isso mesmo, só imagens. Não quero defender este agressor, o que ele fez é tão mal que nem parece ser verdade, mas o que falta aí é o som. Esclarecia muito, ás vezes não se sabe o que está por de trás destes actos.