sábado, 19 de janeiro de 2008

Roma não paga a traidores

Já por aqui afirmei que nada me move contra o povo espanhol, sendo que até tenho uma costela daquelas bandas. Nem vou discutir aqui a possibilidade/vantagem duma Ibéria (expliquem-se lá bem, por favor) nem tampouco a anexação da Espanha por Portugal (bem mais interessante que o "vice-versa"). O processo histórico (que raio de expressão, hem?) ou a teimosia dum tipo que não queria pagar impostos ao primo, levou a que uns séculos depois andássemos para aqui a discutir se Portugal tem ou não razão de existir In-de-pen-den-te! E nem quero falar dos outros 40 (quarenta) de mil seiscentos e outros tantos que de certeza também queriam uma raspadela do tachinho. Cá pra mim, e apesar das premissas que enunciei e muuuuuiiiitaaaaaas (muitas, porra!) mais, TEM!!!
Quando até a CIA (aquela coisa a que os relatadores de notícias das tvs chamam siaiei) reconhece o caso de Olivença como um conflito em aberto (estes americanos... e eu que os considerava uns incultos), aparece aquilo a que vulgarmente se chama "primeiro-ministro" afirmando que Olivença faz parte do folclore de qualquer encontro luso-espanhol... 0 caso é que Olivença continua a ser um bico-de-obra para qualquer governo, seja ele português ou espanhol. O que é verdade é que apesar de o povo espanhol ter um nível de vida superior ao português e mesmo que os oliventinos se fechem em copas quanto ao assunto, Olivença continua (por LEI) a ser território português.
O que é verdade é que até o governo de Durão Barroso tentou "mexer-se" quanto à questão de Olivença.
O que é não é menos verdade é que Olivença continua a ser uma pedra no sapato de muito boa (?) gente.
O que nunca deixará de ser verdade é que só por cobardia (política? duvido!) é que a questão de Olivença continua a ser "a questão".
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Toda esta verborreia deriva de ter presenciado o nosso primeiro-ministro ENGENHEIRO responder a um jornalista que o interrogava para a SIC, aquando desta XXIII Cimeira Luso-Espanhola, sobre a questão (porra de teimosia, hem?) de Olivença, que isso fazia parte do folclore de qualquer encontro entre os governos ibéricos.
Quando o entrevistador relançou a pergunta, o sr. ENGENHIRO voltou a referir-se ao folclore.
Agora para o sr. ENGENHEIRO e leitores-de-blogs-pra-fazer-queixinhas:
- O sr. ENGENHEIRO deve perceber muito menos patavina que eu da história deste "descampado", a que já chamaram jardim à beira-mar plantado, ou teria um pouco mais de respeito pelas sensibilidades/motivações de oliventinos e outros acerca da "questão" antes de afirmar que isso é parte do folclore de qualquer encontro entre os governos ibéricos.
- O sr. ENGENHEIRO está-se completamente nas tintas para o que pensam os oliventinos, sejam eles pró-Espanha ou pró-Portugal, sobre a questão ou não diria que isso é parte do folclore de qualquer encontro entre os governos ibéricos.
- O sr. ENGENHEIRO deveria remeter-se ao conhecimento da História, e assim saberia que por mais aberrantes que sejam as suas declarações, nunca ficarão tão indelevelmente marcadas na História de Portugal como a figura do Conde Andeiro que, por andar metido com a Aleivosa, saltou de dentro de um guarda-fatos para o Terreiro do Paço, obrigado a tal por uns quantos que também queriam raspar o tacho, a reboque de outros com mais elevados ideais.
- O sr. ENGENHEIRO fique a saber ( e para isso os leitores-de-blogs-pra-fazer-queixinhas podem dizer que vão da minha parte) que por mais que se escreva acerca de si na História deste país, quanto à "questão"será daqui a quinhentos anos considerado uma figura com tanta proeminência com um quilo de laranjas importadas (vidé Guerra das Laranjas, o pessoal de Olivença sabe) . Tanto por Portuguses como por Espanhóis.
É que "Roma não paga a traidores" (qualquer candidato a primeiro-ministro deveria saber algo sobre Viriato).

5 comentários:

Anónimo disse...

Estas cimeiras aborrecem-me. E muito. É sempre assim: Portugal está muito mais interessado nelas do que Espanha - veja-se a diferença na cobertura da comunicação social portuguesa e espanhola.
Os nossos governantes têm pautado a sua relação com Espanha pela subserviência e, por que não dizê-lo, falta de tintins!! Se Olivença tivesse sido anexada pelos portugueses aos espanhóis, o que não seria...

Anónimo disse...

Basta olhar para o que pela net se escreve sobre Olivença.
E a melhor maneira de definir o tipo de relacionamento de cá pra lá definiste-a bastante bem: subserviência.
Um abraço

Anónimo disse...

Parabens pelo blogue (que não conhecia) e pela referência perfeita a Olivença.
Passe por www.olivenca.org ! Gostaríamos de lhe enviar o correio electrónico do GAO. Pode deixar o seu endereço em olivenca@olivenca.org
António Marques

Anónimo disse...

"por mais aberrantes que sejam as suas declarações, nunca ficarão tão indelevelmente marcadas na História de Portugal.......por mais que se escreva acerca de si na História deste país, quanto à "questão"será daqui a quinhentos anos considerado uma figura com tanta proeminência com um quilo de laranjas importadas"

Discordo completamente!
Sócrates já ganhou um lugar proeminte na História de Portugal, um lugar de relevo ao lado de Afonso Henriques.
Este foi o primeiro governante de um Portugal independente enquanto que Sócrates será o último.
Depois do Tratado de Lisboa e da subserviência parola de um pretenso Primeiro Ministro português de cócoras perante tudo o que é governante europeu, da Angeka Merckel ao Zapatero dificilmente se poderá considerar Portugal como um país indepedente.

"Roma não paga a traidores"

Isso era danes. Agora, infelizmente, paga!

Anónimo disse...

Só queria dizer não percebi nesta última cimeira em que consistiu o acordo de pescas:

Será que daqui para diante Portugal pode passar a ir pescar com o Nosso Barco de Pesca para águas espanholas e a Frota Pesqueira Espanhola pode vir para a costa Portuguesa?